O marketing inclusivo está mais em alta do que nunca. Por isso, é essencial que, ao criar uma estratégia de marketing, as empresas considerem dois fatores cruciais: inclusão e acessibilidade.
Afinal, priorizar esses dois pontos pode desbloquear uma base de consumidores que seus concorrentes não acessam ainda.
Mas como colocar isso em prática no momento atual, cada vez mais polarizado? Encontre esta e outras respostas a seguir.
Por que o Marketing inclusivo é necessário?
No marketing, inclusão significa englobar igualdade de oportunidades para todos se interessarem e se sentirem bem-vindos a usar seus produtos ou serviços. Por isso, a inclusão se concentra em servir e ressoar a uma gama diversificada de consumidores.
Então, apostar em uma estratégia de marketing que engloba também as minorias permite que as marcas alcancem a totalidade de seus mercados-alvo. Sendo assim, sua marca pode alcançar vários perfis de consumidores negligenciados apenas reavaliando suas estratégias de inclusão.
Veja o mercado de pessoas com necessidades especiais, por exemplo. Segundo os dados do IBGE, cerca de 45 milhões de brasileiros (que corresponde a 24% da população) possui algum tipo de deficiência.
Além disso, existem também os amigos e familiares dos PCDs, que representam outra grande parcela de consumidores potenciais.
Por isso, criar um plano de ação voltado para mercados que costumam ficar à margem da mídia podem trazer inúmeros benefícios para sua autoridade de marca.
Indo além das minorias
Apostar no marketing inclusivo não abre apenas portas para impactar as minorias, mas também consumidores como um todo. Hoje, mais do que nunca, os consumidores estão se alinhando com marcas que estão atentas à diversidade, equidade e inclusão.
De fato, 70% dos millennials são mais propensos a escolher uma marca, em vez de outra, que esteja atenta à inclusão e diversidade em suas promoções e ofertas. Ou seja: a futura geração de líderes exige que as marcas se tornem mais inclusivas.
Então, seja no conteúdo para mídias sociais, blogs, campanhas de e-mail ou folhetos promocionais, as empresas devem garantir um formato inclusivo.
Mas como isso funciona na prática? Para começar, é importante lembrar que as marcas não podem ser inclusivas se o seu conteúdo não for acessível a todos.
No que diz respeito ao marketing inclusivo, a acessibilidade está em garantir que o conteúdo criado seja facilmente legível e útil para todos os usuários.
Dessa forma, as empresas permitem que essas minorias se sintam bem-vindas, respeitadas e representadas por sua marca.
SEO dentro do marketing inclusivo
A acessibilidade melhora o relacionamento das marcas com os consumidores. Porém, tornar o conteúdo acessível também impulsiona seu site no ranking dos mecanismos de busca.
Afinal, um princípio fundamental do SEO é garantir que os sites sejam fáceis para todos os usuários navegarem. Portanto, criar conteúdo acessível é uma ótima maneira de impulsionar as estratégias de SEO de sua empresa – além de melhorar a experiência do usuário para todos.
Dicas de marketing inclusivo na prática
Agora, vamos entrar em etapas de ação mais específicas para criar e distribuir conteúdo inclusivo em suas plataformas digitais. Sua agência de marketing digital pode dar um suporte valioso nesta etapa:
1) Entenda melhor seu público
Suas personas ou descrições de audiência provavelmente abordam múltiplas características. Mas eles vão longe o suficiente?
O ideal é que seu perfil de cliente ideal contemple estes três pilares:
- Demográfico: idade, sexo (masculino, feminino, não binário), LGBTQI+, pessoas com deficiência, minorias étnicas;
- Experiencial: valores como saúde ou sustentabilidade, necessidades adaptativas, nível de educação, diversidade econômica, país de origem, capacidade física;
- Cognitivo: abordagens para a resolução de problemas, maneiras que eles pensam, ideias que moldam seu pensamento.
Dessa forma, seu marketing de conteúdo pode buscar inspiração onde os interesses de cada pilar se sobrepõem.
Mas é preciso ir além e descobrir aspectos humanos, algumas pistas culturais – como a linguagem preferida, por exemplo. Isso pode deixar sua empresa mais perto de ser bem-sucedida no marketing inclusivo.
Mas como chegar lá? Simples: conecte-se com seu público. Assim é possível aprender preferências de idiomas, necessidades e valores. Seja através de um grupo focal, entrevistas pessoais ou outras pesquisas.
Assim, é possível aprender as palavras e os termos que eles usam no que se refere ao seu conteúdo. Isso é inestimável para garantir palavras-chave mais inclusivas. Quem sabe quais oportunidades inéditas você pode encontrar?
2) Não faça suposições
Mesmo que você tenha feito sua pesquisa de audiência, não assuma que suas descobertas se aplicam a todas as fontes do seu conteúdo.
Digamos que você entreviste uma pessoa com visão parcial para uma matéria sobre conteúdo acessível. Eles podem querer ser identificados como “baixa visão”, “visão limitada”, “deficiente visual” ou algum outro termo. Mas a menos que pergunte, não saberá a melhor maneira de descrevê-los em sua ação.
Perguntar o que preferem pode parecer estranho. Mas acredite: pode parecer ainda mais complicado se você não perguntar, fazer uma suposição e enfrentar críticas mais tarde.
Além disso, tenha em mente sempre que a relevância importa. Ou seja: identifique a raça, o sexo, a orientação, a etnia, a necessidade especial, o status, entre outros pontos importantes.
3) Foque na representação
Algumas características podem não ser diretamente relevantes para a ação de sua empresa. Porém, isso não significa que você não precisa ter certeza de que seu conteúdo incorpora as diversas pessoas de sua comunidade.
Por exemplo: ao escrever sobre a indústria de tecnologia, sua lista de fontes pode ser dominada por homens.
Então, ao invés de sempre alcançar os mesmos especialistas, expanda seu banco de dados de origem. Encontre mulheres que possam falar sobre o tema. Incorpore sua visão sobre seu conteúdo.
Mesmo que identificá-los não seja relevante para a história, cada pessoa é moldada por suas próprias circunstâncias e características. E isso pode proporcionar visões e perspectivas valiosas.
O mesmo se aplica às datas comemorativas. É preciso prever e lidar com a pluralidade dos grupos que você pretende abordar.
Por exemplo: se você vai aplicar a imagem de uma família, reconheça que as estruturas familiares são diversas. Pois nem toda família é mãe, pai e filhos. Assim como nem toda família com um só dos pais é o resultado do divórcio. E nem todas as mães estão lutando para sobreviver.
4) Repense adjetivos e outras descrições
Dê bastante atenção ao viés que certas expressões possuem. Por exemplo, palavras como ‘escuro’ e ‘cego’ são frequentemente usadas simbolicamente para expressar conceitos negativos.
Mas existem muitas alternativas e formas de escrever, sem utilizar esses termos que, ainda bem, não são mais aceitos pelo público em geral. Um bom exemplo é a nova forma como as empresas têm se referido à última sexta-feira de novembro, conhecida por seus descontos: Best Friday.
5) Deixe suas imagens falarem
Uma forma de colocar o marketing inclusivo em prática é mostrar essa conexão nas imagens. Então uma forma de trabalhar isso de forma efetiva é incluir pessoas:
- De diferentes condições sociais,
- Com vários tamanhos corporais,
- Perfis de etnias diversas,
- Apresentando interseccionalidade na diversidade,
- Subconjuntos únicos de uma população diversificada.
Tenha propósito em seu marketing inclusivo
Criar conteúdo acessível e inclusivo deve ser uma prioridade para sua organização. Atualmente, a maioria dos consumidores não tolera marcas que excluem minorias. Então, eles comprarão em outro lugar. Mas isso não quer dizer que sua marca estará protegida de polêmicas.
Mais do que nunca, vivemos em uma sociedade polarizada. Por isso, sempre haverá uma parcela da população que vai ligar suas ações de marketing inclusivo ao conceito de “lacração”.
Então a questão aqui é: de que lado sua marca quer estar – vanguarda ou passado? Com quais valores e consumidores sua marca pretende fazer negócios daqui pra frente?
Lidere pelo exemplo. Mostre que sua marca se importa em estabelecer um padrão voltado para um futuro inclusivo para todos.